8 – Competitividade, consumo, confusão de espíritos globalitarismo Milton Santos

Para se ter dinheiro, nesta sociedade capitalista, é preciso ser “competitivo” ou melhor dizendo “agressivamente competitivo”. A agressividade passa a fazer parte do vocabulário das pessoas e das coisas: “o carro tem uma aparência agressiva”; “entrou agressivamente no mercado” e “ele tem uma forma agressiva de abordar o assunto”. O conceito “agressivo” passa a ter uma conotação positiva dentro deste contexto dai a perversão de comportamentos, “comportamentos que justificam todo desrespeito as pessoas, afinal, uma das sociabilidades atuais” (pag.47).

Ser competitivo e “levar vantagem sempre” (a chamada Lei de Gerson) é umas máximas desta ideologia propagada como informação. Essa “histeria coletiva” que é propagada pelos meios de comunicação onde o “dinheiro” figura como elemento central está intimamente conjugada com a chamada sociedade de consumo (o consumo e seu nepotismo). Um (o dinheiro) está inevitavelmente atrelado ao outro (consumo) e ambos são disseminados pelo terceiro (meios de comunicação) formando a mais poderosa tríade da atualidade:

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